COLUNA

Um negócio da China

Segunda-feira, 22 de abril de 2013 | Publicado às 18h17

Ferrovia que chegará a Lucas do Rio Verde emergirá sem custo ambiental e unirá mais produto mato-grossense ao porto.

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O senador Vicente Vuolo, em sua trilha política, foi um visionário. De sua época, quando nossas rodovias atuais eram ainda invisíveis, ele já enxergava os trilhos que hoje cortam o caminho traçado por Euclides da Cunha. No seu sonho via o trem percorrer o espigão que separa as bacias do Prata e Amazônica, como havia desenhado o engenheiro de "Os sertões", no início do século XX.

 

Na linha reta do traçado Santos-Porto Velho, por certo sonhou um caminho para viajantes sem estradas, e muito pouco de soja, o milho e o algodão que ainda não haviam brotado com tanto vigor do solo mato-grossense. Talvez jamais tenha imaginado que a ferrovia, ao se aproximar de Cuiabá (hoje com os trilhos em Rondonópolis), se tornaria pequena diante do crescimento que Mato Grosso exibe hoje em dia.

 

Se na época em que viveu, o assunto ferrovia era quase um tabu, elencado na lista de sonhos impossíveis, hoje, no entanto, o tema é da maior atualidade. São várias ferrovias que acenam para a redenção logística do estado. A Ferronorte já está pronta para iniciar a terceira fase de duzentos e tantos quilômetros para chegar a Cuiabá, com recursos do PAC. Em meados deste ano, junho ou mais tardar julho, já estará definido o projeto da Ferrovia Centro-Oeste, que ligará Uruaçu em Goiás até Lucas do Rio Verde, numa primeira fase, passando por Cocalinho, Água Boa e Gaúcha do Norte. Hoje passando por processo de audiência pública para o lançamento dos editais no mais tardar em julho, como assegurou Silval Barbosa.

 

A ferrovia que vai chegar a Lucas do Rio Verde deverá cortar uma imensa área produtiva, em menos de quatro anos, e, concomitantemente, podemos vislumbrar, como imagina o governador Silval Barbosa, a ferrovia que ligará Cuiabá a Santarém. Esta, acompanhando o traçado da BR-163, emergirá sem custo ambiental e unirá mais produto mato-grossense ao porto, de forma rápida, dando poder de competitividade e aumentando a lucratividade do produtor local, "um negócio da China", pelo potencial que carrega.

 

Estes empreendimentos irão, com certeza, estruturar a logística de Mato Grosso, eliminando de vez as desigualdades regionais que o Estado enfrenta e ampliar a capacidade produtiva que já faz do estado o mais importante polo do agronegócio do Brasil.

 

 


Fonte: AILTON SEGURA Secom-MT